Exortação «A Alegria do Amor» tem sido «um acréscimo prático muito bom para todos»

Um ano e meio depois da sua publicação, a exortação apostólica ‘A Alegria do Amor’, do Papa Francisco, está ainda “em fase de assimilação” em Portugal, mas motiva já uma nova dinâmica pastoral perante os desafios das famílias.

“Este documento teve uma boa receção, foi lido e refletido por muitas famílias, pela Pastoral Familiar, por movimentos familiares. Há famílias, há comunidades cristãs, movimentos ligados à pastoral familiar, que se estão a debruçar sobre este documento e a descobrir a beleza da proposta que o Papa nos faz, numa linguagem simples e acessível”, salienta o presidente da Comissão Episcopal para o Laicado e a Família.
D. Joaquim Mendes, também bispo auxiliar de Lisboa, falou à Agência ECCLESIA durante o encontro deste ano do Secretariado Nacional de Pastoral Social, que terminou esta quinta-feira em Fátima.
Uma iniciativa que teve como tema “Família e transformação social”, inspirado na encíclica ‘A Alegria do Amor’, do Papa argentino.
Para o bispo responsável pelo setor, este texto trouxe às comunidades cristãs a responsabilidade de serem intervenientes ativos no acompanhamento das famílias, “nas suas alegrias” e “dificuldades”.
“Inclusivamente quando o Papa fala da questão do matrimónio, que está bastante privatizado, ele fala da necessidade da comunidade participar nas núpcias dos seus membros, fazer festa e integrá-los, ir-se enriquecendo com novas famílias que por sua vez se tornam evangelizadoras”, recordou.
Durante o encontro de Pastoral Social em Fátima, houve oportunidade para escutar o testemunho do casal João e Maria Cortez Lobão, juntos há 29 anos e com oito filhos em comum.
Para Maria, formada em Teologia e “mãe a tempo inteiro”, a reflexão do Papa sobre a família tem como principal caraterística ser “muito pragmática”, de acordo com o estilo próprio de Francisco.
E neste contexto, “está cheia de pequenos truques, de pequenas dicas que além de relembrar toda a base teológica tem um acréscimo prático muito bom para todos, que permite não só fazer a revisão do projeto de matrimónio de cada um, como também partilhar com outras pessoas”.
“Termos a possibilidade de nos juntarmos e de falarmos sobre os assuntos, e de ter essa luz que o Papa nos traz sobre os assuntos, é uma maravilha”, salienta.
“É levar-nos a pensar como é que podemos seguir Jesus Cristo, como é que podemos ser exemplo para os outros e portadores da mensagem cristã para os outros, às outras famílias que têm menos vivência cristã, que querem ter mais vivência cristão mas às vezes o ambiente que as rodeia não é fácil”, acrescenta João Cortez Lobão, economista.
Os trabalhos ficaram marcados por uma homenagem póstuma a D. António Francisco dos Santos, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, falecido no dia 11 de setembro.

Fátima, 21 set 2017 

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